Pense nisso:

Estranho é igual sabonete: quanto mais você usa, menor ele fica.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Traduction, for please!

Todo mundo que já fez cursinho de inglës já ouviu em algum momento um professor dizer que o aluno tem que aprender a pensar em inglës, não é verdade? Tem algumas escolas que são bem radicais em relação ao uso do português dentro e, até mesmo, fora da sala de aula.
Quem me conhece sabe que sou radical e teimoso com as minhas convicções pessoais e esse blog serve como uma excelente válvula de escape para eu desabafar quando minhas ideias são contrariadas. É pseudo-terapêutico, eu diria. Mas, enfim,

Nesses assunto de traduzir ou não traduzir, usar ou não o português em sala de aula, eu sou radicalmente contra radicalismos. :)

Eu concordo que o cara muitas vezes tem 1, 2 ou 3 horas por semana no máximo de aula e, dessa forma, esse pouco tempo deveria ser usado para dar ao aluno o máximo de oportunidades para ouvir a língua e praticá-la. Acredito que essa seja a idéia da maioria das metodologias sérias utilizadas hoje em dia. Só que todas as metodologias foram inventadas (ou baseadas em teorias mais antigas) desenvolvidas antes de o mundo ser como ele é hoje. Sabe o que é diferente hoje? A internet. A rede existe há bastante tempo. Lembro que a primeira vez que naveguei na internet eu tinha por volta de 15 anos, mas suas possibilidades à época não chegavam nem aos pés do que são hoje. E a internet é uma ferramenta maravilhosa para dar ao aluno aquela exposição à língua que, até à década de 90, era só possível durante a aula ou se o cara viajasse para fora. Assim sendo, é uma convicção minha que devemos ser mais flexíveis em relação ao uso do português em sala de aula, principalmente quando os alunos ainda estão no início do curso.

Além disso, tem outra coisa, nada fala tão alto a você quanto sua língua materna. Eu lembro da Carol (uma das minhas muitas ex-coordenadoras, uma das mais sérias e gabaritadas, sem dúvida) fazendo o teste com uma turma de professores e vou repetir esse teste com vocês, meus quase 5 leitores. Para isso, terei que, antecipadamente pedir desculpa em relação ao linguajar. Vamos ao teste.

Leia as seguintes frases em voz alta:
1. FUCK YOU!
2. VAI TOMAR NO CU!

Agora, com toda a sinceridade do seu coraçãozinho, foi ou não foi mais difícil dizer a segunda frase em voz alta? Isso acontece por que, por ela usar sua língua mãe, a sua associação ao que aquilo significa é muito mais imediata e intensa. E isso vale pro bem tanto quanto pro mal. Por isso eu acho que tem certas horas que, mesmo numa turma de avançado, é interessante o professor usar o português para dar um conselho, um puxão-de-orelha, esclarecer uma dúvida, enfim, quando há a necessidade de se falar ao coração do aluno.

Tudo isso que eu disse antes não quer dizer que devemos abrir as pernas. Se o contexto não for um dos citados acima, o português deve sim estar fora da sala de aula, fora do contato professor-aluno.

No entanto, existem situações na vida, como quando temos que escrever um abstract, que precisamos da tradução de uma expressão, de uma frase. E isso nunca é um trabalho fácil. Nessas horas, um dicionário bilíngue quebra um galhão. E outra ferramenta que descobri hoje, em um email enviado pela minha mãe, é um tradutor online que funciona (pelo que vi até agora) bem melhor que o Google. Segue o link:
http://mymemory.translated.net/s.php?q=a+esta%C3%A7%C3%A3o+mais+quente+do+ano&sl=pt-PT&tl=en-GB&sj=all

Ele parece funcionar melhor, de maneira mais inteligente. Mas não adianta nada ter um tradutor inteligente se o operador da máquina não acompanhar. Lembrem-se sempre de checar a tradução usando um dicionário inglês-inglês e checando os usos do termo em questão nas frases de exemplo que todo dicionário digno de nota te dá.

Traduzir alguma coisa, por si só, não é um problema. O problema é saber traduzir. Temos a tendência de traduzir palavra por palavra, principalmente quando temos pouco conhecimento da língua. Porém, a tradução só funciona se você traduzir a idéia. Ao ouvir uma frase em inglês que você precise traduzir, se faça a seguinte pergunta: Como eu diria isso em português? Por exemplo, em inglês, se diz "How are you?". E em português? Como se diz isso? Ao invés de você traduzir palavra por palavra (e traduzir: "Como está você?") coloque-se na situação em que a frase é dita e se pergunte o que você diria. Pensando assim, a melhor tradução para aquela frase seria, para mim: "Oi. Tudo bem com você?" Aproveita o espaço para comentários e me diz aí se você concorda com a minha tradução ou se você usaria outra frase, outra estrutura.

See ya! (= Até mais!)

2 comentários:

  1. Hmm, acho que este será um dos raros blogs que eu lerei com frequência, hehe. Sobre a tradução, eu usaria "Como vai você?" ou apenas "Como vai?".

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  2. Concordo Bruno. Acho que principalmente no inicio. Bom post.

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